sábado, 10 de outubro de 2009

Os cães ladram e a caravana passa.

Há quem reclame agora eleições de mês a mês ou, pelo menos, de meio em meio ano para que as obras surjam de forma inesperada, mas sempre contribuítivas para o desenvolvimento dos feudos locais a que presidem os responsáveis executivos, que repentinamente se recordaram dos votos que os elegeram há quatro anos atrás. Quanto mais não seja para esvaziar os cofres, ainda que parcos, das verbas recebidas e não implementadas em devido tempo. Até ao último dia se pode usufruir do dinheirinho antes que se torne numa dívida.


Ora, eu diria que também eleições mais frequentes se justificariam nem que fosse pelas festinhas de bandeiras e coches ruidosos. Têm término definido para a meia-noite, mas são sempre motivo de regozijo no burgo e servem para enaltecer os candidatos a alcaídes e as suas hostes.


E desta vez é que foi! Todos os partidos se fizeram representar em festa automobilizada. Uns com mais carros e outros com menos. Mas festa rija mesmo sem a batatada que caracterizava a manifesta divergência entre os oponentes políticos (ou politicados) dos tempos antigos.


Serve também para revelar visualmente a alegada união de forças que cada um dos grupos candidatos a ficarem nas cadeiras tão invejadas consegue captar na expectativa da correspondente tradução em voto de facto. Mesmo que não seja útil.


Espanto foi verificar que o senhor reclamante da primazia na corrida à Junta da terra do meu Conde e em que tanta gente deposita esperança nos seus camiões afinal só tinha um destes no seu carrossel.


A caravana passa e já não os ouvimos mais. Vamos é cumprir o dever do sacríficio de dar o nosso voto que até serve de desculpa para faltar à missa e escapar ao sermão do vigário com quem poderemos mesmo correr o risco de pensar que a campanha ainda não acabou.


Votem! Mesmo naqueles que não existem. Até há quem lhes ponha os nomes num boletim.

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